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Ano após ano, Cocal dos Alves, no Piauí, produz medalhistas de ouro nas Olimpíadas de Matemática

Quando mais novo, José Márcio Machado de Brito tinha de ajudar a mãe na colheita de castanhas. Ela percebeu que o menino fazia as contas de cabeça na hora de a família vender o que colhia. Hoje com 15 anos, José Márcio virou um dos campeões de Matemática do país: ganhou três medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e na Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (Obmep). É aluno da Unidade Escolar Teotônio Ferreira Brandão, na piauiense Cocal dos Alves, a 315 quilômetros da capital. Sua mãe, Maria Auzair Machado de Brito, diz que o filho nasceu com dom para a Matemática:

– Ele era menino, a gente colhia as castanhas e ele fazia as contas de cabeça na hora em que a gente ia vender. Sua avó vende farinha e cocos, e sempre o chamou para fazer as contas.

Cocal dos Alves não tem linha de ônibus e grande parte da população, formada por agricultores, é analfabeta ou com escolaridade que não ultrapassa os primeiros dois anos do fundamental. Mas são de lá quatro medalhistas de ouro da Obmep – além de José Márcio, Clara Mariane, de 13, Antônio Wesley Vieira, também de 13, e Sandoel de Brito, de 17 -, que subiram ao palco do Theatro Municipal do Rio, no mês passado, para receber o prêmio das mãos da presidente Dilma Rousseff.

Essa escola do Piauí vai contra as probabilidades do ensino matemático no Brasil. O Nordeste é a região com o menor percentual de alunos da rede pública que chegam à antiga 4ª série do fundamental tendo aprendido nível adequado de Matemática – só 12,9% dos alunos, segundo o movimento Todos pela Educação, com base em dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Pela escala do Saeb, significa que os outros 87,1% de alunos não conseguem, por exemplo, resolver problemas com multiplicação.

Fonte: O Globo on line

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